A propósito da já citada notícia do jornal "AS BEIRAS" e da ambição (desmedida) (ou mera ingenuidade bacoca?) do Presidente do CA: “Temos condições para ser o melhor centro do país na área da reabilitação”.
Referia-se ele (e bem) ao terreno de que dispõe, ignorando que na Medicina o trabalho de qualidade se faz com profissionais diferenciados.
Foram criadas condições para ser um Centro formador de médicos o que neste momento acontece em condições que atropelam as exigências legais e éticas.
No serviço de medulares não há ninguém que possa ser orientador de estágio e há internos em auto-gestão (alguns do primeiro ano). No Serviço de Encefálicos há uma especialista recém formada que, quase sozinha toma conta de 27 doentes (porque a Dra. Anabela ocupa o seu tempo a assessorar o assessor do Director Clínico).
O adjunto do Director Clínico é também orientador de estágio, sem desenvolver actividade clínica (contrariando as regras vigentes que impedem os Directores de Serviço de serem orientadores de estágio).
Sr. Presidente, presunção e água benta cada qual toma a que quer, no entanto fica-lhe mal tanto paleio e tanta falta de obra.
Visite o CMR de Alcoitão e aprenda como nasce a diferenciação de uma instituição. Eu deixo-lhe uma dica; é com quadros qualificados e com trabalho. Neste campo é difícil quando o Adjunto da Direcção inclui no seu horário normal, as horas que dorme no Centro e quando o vogal do Conselho de Administração prima por um horário de presença reduzido.
O melhor centro do país só pode construir-se com debate de ideias, com divergências internas, com inconformismo. Se ainda não se aperceberam, o unanimismo já acabou (em 1945 na Alemanha, recentemente na URSS, mas resta-nos o CMRRC que quer ser o modelo do unanimismo na Medicina Mundial). O autoritarismo é a consequência inevitável das maiorias (absolutas)?
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