No período que se seguiu à passagem a EPE dos primeiros hospitais, um dos espantalhos frequentemente utilizados era o problema da formação médica que, na sua vertente pós graduada, clínica, é responsabilidade dos Hospitais.
Não sei se a culpa foi do estatuto EPE, se foi dos responsáveis da instituição, este espantalho esteve quase a transformar-se em realidade no CHC EPE.
O CHC que desde a sua existência se bateu para preservar a força rejuvenescedora dos jovens médicos, esteve à beira de perder a idoneidade formativa.
E esta idoneidade é mais fácil de perder que de recuperar.
Eu sei as dificuldades que tive para conseguir a idoneidade para a formação de internos no CHC e. mais tarde para conseguir a mesma idoneidade no Centro de Medicina de Reabilitação na Tocha.
É por isso que me custa imaginar o retrocesso institucional que representaria termos de recomeçar a via sacra das idoneidade formativas.
Este assunto vem a propósito da recepção aos novos internos que decorreu nos dias 4 e 5 de Janeiro. Foi uma pena constatar como os clínicos seniores da instituição primaram pela ausência, em especial os Directores de Serviço.
Sou pouco fã de futebol, mas constato que a realidade futebolística tem alguns exemplos que se aplicam a outras situações da vida social.
Os grandes clubes continuam a ter as suas escolas de formação de jogadores, pois elas constituem a garantia de continuidade dos mesmos, com custos mais moderados. Os hospitais formadores não conquistam o dinheiro do passe mas têm o privilégio de estar na primeira linha para escolherem os melhores, sem terem que os aliciar artificialmente.
Estarei a ser exagerado ou a importância dos novos médicos tem sido pouco valorizada, sobretudo numa época em que temos de pensar na renovação, para consolidar a nossa posição e assegurar a continuidade do serviço às populações?
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário