No artigo "Quo Vadis CHC" continuam a aparecer regularmente comentários sobre o Serviço de Urgência, o que me leva a abordar aqui algumas dúvidas que alimento há bastante tempo, transferindo o Fórum sobre o Serviço de Urgência para este artigo.
O Hospital Geral começou por ser um Hospital sem Serviço de Urgências, fazendo apenas trabalho programado quer cirúrgico quer nas restantes áreas de intervenção.
As más condições do Serviço de Urgência dos HUC e a alegada necessidade de abertura do leque das patologias que permitisse o funcionamento do ciclo clínico da Faculdade de Medicina, criaram condições para a abertura de um Serviço de Urgência no Hospital Geral.
Desde sempre o Serviço de Urgência constituiu uma fonte de polémica interna, e não só. O estigma do encerramento das Urgências esteve sempre presente na vida do Hospital, gerando discussões apaixonadas para além dos muros do Hospital.
A polémica sobre o encerramento do SU parecia encerrada com a sua reinstalação e (sobretudo) com a reformulação do seu modelo de funcionamento, com a introdução da triagem de Manchester e com uma filosofia de funcionamento virada para a Urgência / Emergência. Este progresso (para o SU do CHC e para os SU a nível nacional) não foi acompanhado de uma mudança de atitude nem de organização das estruturas que se encontram a mutante e a jusante do Serviço de Urgências, no ciclo de intervenção em saúde.
As consequências destes factos e a turbulência organizacional que agitou o CHC nos últimos anos, não permitiram manter a situação existente. Como ninguém gosta de andar de cavalo para burro continuam a surgir neste blogue comentários de pessoas insatisfeitas. Estes comentários, por vezes, nada têm a ver com o Serviço de Urgência, nem com o seu funcionamento, mas sim com as pessoas que lá trabalham e a sua perspectiva do mundo. Este facto não significa que aqueles problemas não devam ser discutidos; não gostaria de ter de continuar a publicar notícias em que um grupo profissional diz mal do outro e vice-versa e pouco ou nada se fala dos problemas do Serviço, nem das soluções possíveis.
A polémica sobre o encerramento do SU parecia encerrada com a sua reinstalação e (sobretudo) com a reformulação do seu modelo de funcionamento, com a introdução da triagem de Manchester e com uma filosofia de funcionamento virada para a Urgência / Emergência. Este progresso (para o SU do CHC e para os SU a nível nacional) não foi acompanhado de uma mudança de atitude nem de organização das estruturas que se encontram a mutante e a jusante do Serviço de Urgências, no ciclo de intervenção em saúde.
As consequências destes factos e a turbulência organizacional que agitou o CHC nos últimos anos, não permitiram manter a situação existente. Como ninguém gosta de andar de cavalo para burro continuam a surgir neste blogue comentários de pessoas insatisfeitas. Estes comentários, por vezes, nada têm a ver com o Serviço de Urgência, nem com o seu funcionamento, mas sim com as pessoas que lá trabalham e a sua perspectiva do mundo. Este facto não significa que aqueles problemas não devam ser discutidos; não gostaria de ter de continuar a publicar notícias em que um grupo profissional diz mal do outro e vice-versa e pouco ou nada se fala dos problemas do Serviço, nem das soluções possíveis.
É evidente que a mudança do paradigma que se seguiu à adopção da triagem de Manchester e à instalação no novo espaço, criou expectativas, paixões e mudou claramente a face do SU do Hospital Geral.
No entanto todo o resto ficou como estava: a necessidade de tirar do Serviço de Urgência os doentes que precisam de ser hospitalizados evidencia a necessidade de olhar para o Serviço de Urgência como uma porta de entrada num ciclo de intervenção cuja continuidade deverá ser assegurada para lá deste SU.
Eu (que não trabalho nas Urgência há muitos anos) continuo a ver doentes que deveriam estar num dos Serviços do Hospital e que continuam no SO por 4 ou 5 dias acabando por ter alta para casa, o que não me parece ser um retrato de um SU.
Eu gostaria de continuar a publicar as opiniões de todos, mas gostaria que houvesse contributos claros à clarificação da situação. Não gostaria de continuar a publicar textos de má língua e de agressões corporativas. As questões frequentemente referidas correspondem a incumprimento dos deveres a que os profissionais estão obrigados e têm um tratamento próprio; não me parece que este tipo de problemas seja de facto O PROBLEMA do Serviço de Urgência.
Falemos da organização, dos seus problemas e das soluções possíveis. Provavelmente precisamos de dimensionar, organizar e qualificar os cuidados a montante e a jusante do Serviço de Urgência, para que este deixe de ser o bode expiatório dos insatisfeitos e para que o próprio CHC encontre o seu caminho sem andar sistematicamente a reboque do SU.
Fica uma provocação para alimentar o debate: há lugar para dois Serviços de Urgência em Coimbra?
Fica uma provocação para alimentar o debate: há lugar para dois Serviços de Urgência em Coimbra?