O Centro de Medicina Física e Reabilitação da Região Centro tem um novo Conselho de Administração, desta vez liderado por um Médico Fisiatra, solução que defendo desde que foi assinado o Plano de Reconversão do Hospital Rovisco Pais, que eu subscrevi em 18 de Abril de 1995.
A ausência de um profissional da área das sucessivas direções daquele Centro, foi o maior motivo de dissidência com todo o percurso que aquele Centro fez. Desde a Comissão Instaladora aos Conselhos de Administração que se lhes seguiram, as lideranças deste processo foram sistematicamente entregues a peões políticos que nada conheciam da Medicina de Reabilitação. Mesmo o último Conselho de Administração, apesar de mais jovens e eventualmente com maior abertura de espírito, foi incapaz de nomear como Diretor Clínico um Médico Fisiatra, acantonando os conhecedores da Medicina de Reabilitação à mera figura de adjunto. É evidente que esta situação era conveniente para todos os intervenientes: o Presidente do CA acumulava a remuneração de Diretor Clínico (duma área profissional que ignorava por completo), e o Adjunto podia continuar a correr o país acumulando atividades clinicas privadas incompatíveis com a Direção Clínica e mesmo com o estatuto de Adjunto (conforme parecer jurídico da própria ARS Centro). A situação de promiscuidade servia a todos, menos ao desenvolvimento do Centro, pelo que se manteve até à nomeação do atual CA.
Penso que agora foi virada uma página importante no futuro daquela instituição e da MFR na Região Centro.
O atual Presidente do CA, Dr. Luís André Rodrigues, foi meu companheiro no percurso traçado em conjunto, para fazer vingar a ideia da necessidade de uma unidade daquela natureza na região Centro. Tem pois responsabilidades acrescidas que eu acredito que é capaz de respeitar.
Resta a questão organizacional e o apoio que pode conseguir angariar para encontrar um estatuto jurídico que permita àquele Centro desenvolver-se sem o espartilho que atualmente o estrangula, que resulta do facto de ainda ser um Hospital SPA. O anterior CA perdeu tempo e gastou dinheiro dos contribuintes a gerir conflitos que já existiam e a criar novos conflitos. Seguiu a linha de desenvolvimento traçada pelo Dr. Santana Maia e continuou a ignorar o programa funcional aprovado. Só lhes restava uma hipótese de duas: ou sair pelo seu pé ou não ser reconduzido pela notável incapacidade de fazer melhor. Mais uma vez não decidiram, esperaram ser apeados pela inequívoca vontade de terminar aquele tipo de gestão (?). Saíram por onde entraram, pela porta pequena e cabisbaixos acumulando os insucessos de 4 anos de mandato infeliz.
Que espero eu deste CA? Muito melhor.
Em primeiro lugar que cumpra as leis da nação eu não dê cobertura às situações promíscuas e de utilização dos bens públicos, para satisfação de regalias pessoais.
Em segundo lugar que não queira transformar aquela unidade numa feira de vaidades, em detrimento da prestação de serviços que deem reposta às necessidades da população.
Em terceiro lugar, muita sorte.
É fácil fazer melhor do que aqueles que vos precederam, mas eu espero de facto MUITO MELHOR, para bem do Centro e dos utentes necessitados.