Quase dois anos são passados sobre
o início do processo de fusão dos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC),
do Centro Hospitalar de Coimbra (CHC) e do Centro Hospitalar Psiquiátrico de
Coimbra (CHPC).
Não acredito em teorias de
conspiração, sou por natureza optimista e sempre encarei as mudanças como uma
oportunidade de melhorar.
Com este espírito encarei esta
mudança como uma oportunidade de reorganizar os serviços de saúde de Coimbra e
da região, de eliminar redundâncias e de potenciar a utilização dos recursos
instalados.
As mudanças foram lentas, não
enquadradas em qualquer plano estratégico, uma vez que este ainda hoje não
existe. O Serviço de Neurocirugia do Hospital Geral (HG) foi transferido de
armas e bagagens para o edifício dos HUC. Acreditei que a junção dos dois
serviço com carências complementares, poderia ser útil e vantajoso para os
utentes. Rapidamente nos apercebemos de que o novo Serviço tem uma produção
inferiores à soma dos dois serviços que o integraram.
Mudaram a Gastroenterologia e
deixaram apenas os exames complementares de Gastro a funcionar no HG.
Fecharam a Urgência noturna no HG,
e recambiam os doentes para o HG no dia seguinte.
Transferiram o Serviço de Doenças
Infecciosas do HG para o HUC.
Agora vão encerrar o Serviço de
Neurologia no HG, levando a unidade de AVC, o triplex..., para engrossar o
Serviço de Neurologia existente nos HUC.
Sendo optimista seria levado a
pensar que depois destas mudanças sobrariam espaços para fazer remodelações,
reinstalar serviços eventualmente mal instalados ou equipados; qualquer coisa
menos assumir que o edifício vai ficar devoluto, como já está o do antigo
Hospital Pediátrico.
No entanto, o pessimismo tem
limites e em demasia talvez seja idiotice e é isso que começo a sentir. Quando
estas mudanças implicam o completo esvaziamento dos Serviços, retirando móveis,
cadeiras, equipamentos, computadores, fica-nos a dúvida sobre o real interesse
em reaproveitar os espaços libertados para melhorar o que quer que seja. Questionamo-nos
sobre a capacidade do edifício do HUC para continuar a acumular móveis,
equipamentos, profissionais e utentes provenientes do HG. Até as leis da física
se alteram para poder acumular no HUC todo o HG.
Fica-nos a dúvida se estamos a falar
de fusão, de reorganização de Hospitais ou de puro desmantelamento de
instituições. À luz da teoria da conspiração poderia pensar que, finalmente, a
Universidade de Coimbra está a vingar-se do Professor Bissaya Barreto.
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